Rastro de pagers explodidos leva a empresa húngara, suspeita de cobertura de Israel

Este artigo foi atualizado pela última vez em setembro 20, 2024

Rastro de pagers explodidos leva a empresa húngara, suspeita de cobertura de Israel

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Trilha de pagers explodidos leva a empresa húngara, suspeita de cobertura de Israel

A empresa húngara ligada à venda de pagers explosivos ao Hezbollah era uma frente israelita. O New York Times relata isso com base em múltiplas fontes de inteligência.

Na terça-feira, por volta das 15h30, pagers explodiram em todo o Líbano, principalmente entre membros do Hezbollah. Pelo menos doze pessoas morreram e quase 3.000 ficaram feridas. Fontes de inteligência dizem que o serviço secreto israelense Mossad esteve por trás do ataque mortal, embora isso não tenha sido confirmado por Israel.

Apolo Dourado

Pouco depois das explosões, ficou claro que os sinais sonoros envolvidos eram da Gold Apollo, um fabricante de eletrônicos de Taiwan. Mas o proprietário e fundador dessa empresa disse ontem aos jornalistas que não sabia nada sobre isso.

Ele apontou para uma empresa húngara, a BAC Consultancy. A Gold Apollo havia firmado um acordo de licenciamento para o uso do nome da empresa e a produção de um pager, o AR924.

A informação pública solicitada pela NOS mostra que a BAC Consultancy foi registada na Câmara de Comércio Húngara em 19 de maio de 2022.

Os fundadores da empresa abandonaram diversas áreas de trabalho: desde o varejo de perfumes até a produção de revestimentos cerâmicos. A empresa também utiliza um código tributário para a comercialização de equipamentos de telecomunicações, como pagers.

Em 2022 e 2023, a empresa registou um volume de negócios de pouco mais de meio milhão de euros. Quase não houve custos com pessoal.

Tudo tinha que se assemelhar a uma empresa comercial comum. Até ontem, a BAC Consultancy tinha um site que afirmava que a empresa facilitava equipamentos de telecomunicações na Ásia.

A sede do BAC está localizada num complexo empresarial em Budapeste. Há também uma página no LinkedIn, completa com atualizações regulares.

Cristiana Bársony-Arcidiacono está registrada como proprietária da empresa na Hungria. Ela confirmou ao canal de notícias americano NBC News que havia trabalhado com Gold Apollo, mas disse que não teve nada a ver com a explosão dos pagers.

“Eu não faço os pagers. Sou apenas um intermediário. Isso não está certo”, disse ela ao telefone, segundo a NBC. Não está claro qual era o papel dela.

Substância explosiva

Ontem, o Ministério das Comunicações húngaro também informou que a BAC funcionou como intermediária e que os pagers explodidos não foram fabricados na Hungria.

“A empresa tem um motorista registrado no endereço da sede social e os dispositivos envolvidos nunca estiveram na Hungria”, enfatizou o ministério no X.

Bulgária

Além da BAC, Israel criou mais duas empresas para ocultar a operação, escreve o The New York Times.

Uma dessas empresas pode estar sediada na capital búlgara, Sófia. Ainda não se sabe qual teria sido o papel dessa empresa. Essa empresa também foi registrada na primavera de 2022.

O serviço de segurança búlgaro DANS e o Ministério do Interior estão a investigar a empresa.

Segundo o The New York Times, os pagers especiais do Hezbollah estavam equipados com uma bateria contendo a substância explosiva PETN. O tipo beeper contém bateria recarregável que pode durar 85 horas, segundo o site Gold Apollo. O carregamento é possível com um cabo USB-C.

A BAC começou a fornecer os sinais sonoros explosivos ao Hezbollah já no verão de 2022. Para não se destacar muito, a BAC também aceitou outros clientes que receberam dispositivos regulares, segundo o jornal norte-americano.

Quando o líder do Hezbollah, Nasrallah, apelou ao fim da utilização de smartphones em Fevereiro passado, as entregas ao Hezbollah aumentaram significativamente. A ligação ocorreu depois que o Hezbollah recebeu informações de que os telefones poderiam ter sido hackeados pelos serviços de inteligência israelenses.

“Tire-o, enterre-o, coloque-o numa caixa de ferro e guarde-o”, disse Nasrallah num discurso televisionado. “Faça-o no interesse da segurança e para proteger o sangue e a dignidade das pessoas.”

Os pagers “antiquados” foram escolhidos como uma alternativa aparentemente mais segura. Os oficiais do Hezbollah devem levar os dispositivos consigo o tempo todo para estarem rapidamente prontos em caso de guerra.

Walkietalkies

Ontem à tarde, os equipamentos de comunicação do Hezbollah, desta vez walkie-talkies, explodiram novamente em todo o Líbano. Pelo menos vinte pessoas morreram e 450 ficaram feridas. Ainda não se sabe como esses walkie-talkies chegaram ao Hezbollah.

O tipo de walkie-talkie, o IC-V82, não é fabricado há dez anos, segundo a fabricante japonesa Icom. A empresa afirma que não pode determinar se os walkie-talkies explodidos são um produto falsificado.

Os dispositivos não possuem nenhum recurso de segurança, como selo de holograma. “Portanto, não é possível confirmar se o produto foi enviado pela nossa empresa”, afirmou a Icom em comunicado. declaração.

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