Execuções no Irã continuam

Este artigo foi atualizado pela última vez em abril 14, 2023

Execuções no Irã continuam

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Execuções no Irã continuam

Irã executou pelo menos 582 pessoas em 2022, marcando o maior número de execuções desde 2015, de acordo com um relatório do Iranian Human Rights (IHR) e do Ensemble Contre La Peine de Mort, uma organização francesa de direitos humanos. Isso representa um aumento de 75% em relação ao ano anterior, em que pelo menos 333 pessoas foram executadas. A maioria dos executados foi condenada por crimes relacionados a drogas, que aumentaram 60%, para 256, enquanto a maioria dos demais foi condenada por assassinato.

Mahmood Amiry Moghaddam, diretor do IHR, descreveu o Irã como uma “máquina de execução” e levantou preocupações sobre o histórico de direitos humanos do país. O relatório também destacou que o número de execuções aumentou acentuadamente nos meses seguintes aos protestos contra o regime iraniano. Em setembro de 2022, as pessoas foram às ruas em resposta à morte de Mahsa Amini, de 22 anos, que morreu em uma cela da polícia após ser detida pela polícia moral. Os protestos foram violentamente reprimidos e milhares de manifestantes foram presos.

Embora apenas dois manifestantes tenham sido executados em 2022, o relatório sugere que há uma conexão clara entre as execuções e os protestos. De acordo com o IHR e o Ensemble Contre La Peine de Mort, o Irã aumentou o número de execuções para intimidar e impedir que os manifestantes voltassem às ruas. O relatório levanta preocupações sobre o tratamento dado pelo Irã aos manifestantes e destaca o fraco histórico de direitos humanos do país.

É difícil dizer quantas execuções realmente ocorreram no Irã, pois o governo não relata todas as execuções. Os números fornecidos pelo IHR e pelo Ensemble Contre La Peine de Mort são baseados em relatórios do estado iraniano, bem como em outras fontes não oficiais, como testemunhas oculares, funcionários da prisão e funcionários do iraniano judicial.

O relatório gerou condenação internacional e apelos para que o Irã melhore seu histórico de direitos humanos. As Nações Unidas já haviam levantado preocupações sobre o uso da pena de morte pelo Irã, principalmente por delitos relacionados a drogas, e pediram ao país que abolisse a prática.

O Irã é um dos poucos países do mundo que ainda realiza execuções públicas, muitas vezes por enforcamento. O país tem sido criticado pelo uso da pena de morte, principalmente por crimes que não atendem ao limite dos “crimes mais graves” conforme definido pelo direito internacional. Organizações de direitos humanos também criticaram o uso de tortura pelo Irã e a falta de devido processo legal em seu sistema judicial.

O relatório do IHR e do Ensemble Contre La Peine de Mort destaca a necessidade do Irã abordar seu histórico de direitos humanos e garantir que os direitos de seus cidadãos sejam protegidos. O uso da pena de morte, especialmente para delitos relacionados a drogas, é uma questão controversa, e o Irã deveria considerar medidas alternativas, como programas de tratamento de drogas, para combater crimes relacionados a drogas.

A comunidade internacional deve continuar a pressionar o Irã para melhorar seu histórico de direitos humanos e abolir a pena de morte. O uso da pena de morte é uma violação dos direitos humanos fundamentais, e o Irã deve tomar medidas para garantir que seus cidadãos não sejam submetidos a tratamento cruel e desumano.

Execuções, Irã

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